terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Expansão da agricultura agravará mudanças climáticas, diz ONU


Mais de 20% de florestas de países desenvolvidos devem ser convertidos em lavouras até 2030

Plantio direto no plantio de soja no Brasil foi citado com bom exemplo pelo Pnuma

Mais de 20% de florestas ou pradarias em países em desenvolvimento devem ser convertidos em lavouras até 2030, caso o ritmo de exploração agrícola seja mantido. A estimativa está no Livro Anual do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), lançado nesta segunda-feira. Além de causar grande impacto na biodiversidade, o uso do solo deverá acelerá as mudanças climáticas.

A terra contém grande quantidade de carbono na forma de matéria orgânica, fundamental para o crescimento das plantas. Estimativa do Pnuma indica que o solo armazena cerca de 2,2 trilhões de toneladas de carbono. Esta quantidade é três vezes superior aos atuais níveis da atmosfera. Além disso, as florestas são fundamentais para que a água das chuvas penetre em aquíferos.

A produtividade das plantações também é afetada. As taxas de erosão do solo são cerca de 100 vezes maiores do que a natureza tem capacidade de aguentar. De acordo com o Pnuma, 24% da área do planeta enfrentam problemas durante os últimos 25 anos, resultado do plantio insustentável.

O Brasil é citado no relatório como um exemplo positivo. Mudanças nas lavouras de soja, como plantio direto (que diminui a erosão do solo) e sistemas de rotação de culturas levaram a uma taxa de sequestro de 0,41 toneladas de carbono orgânico do solo por hectare por ano.

Além dos problemas com o solo, a publicação da ONU revela que o número de usinas nucleares no final de sua vida útil é preocupante. Desde janeiro, a previsão é que 138 reatores deveriam ter sido fechados em 19 países, sendo 28 nos Estados Unidos, 27 no Reino Unido, 27 na Alemanha, 12 na França, nove no Japão e cinco na Rússia. Porém, isto só ocorreu em 17 deles, até o momento.

- Os assuntos podem parecer separados e desconexos, mas ambos vão para o coração de diversas questões fundamentais: como o mundo vai produzir alimentos e combustíveis enquanto luta contra as alterações climáticas, lindando com resíduos perigosos – afirmou Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma, em nota. - O Livro do Ano cita muitas opções para a gestão, melhoria sustentável, tais como plantio direto para as políticas que podem ajudar na agricultura produtiva sem drenar pântanos.
Fonte: O Globo

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