Instituição promete ao menos US$ 300 milhões para ajudar a montar esforço global
Nascer do Sol junto ao arquipélago de Wakatobi, na Indonésia: é preciso estabelecer valor para recursos e serviços ambientais prestados pelos oceanos |
O Banco Mundial anunciou nesta sexta-feira a criação de uma aliança mundial para melhor gerenciar e proteger os oceanos do planeta, sob a ameaça da pesca exagerada, poluição e mudanças climáticas. O presidente da instituição, Robert Zoellick, lembrou que os mares são o sangue da vida da Terra e da economia global, mas sofre com a superexploração, costas degradadas e seus corais e recifes estão em risco.
- Precisamos de um novo SOS: salvem nossos mares (em inglês, “save our seas”) - pediu durante conferência sobre a conservação dos oceanos em Cingapura.
Segundo Zoellick, a ideia é unir países, centros científicos, organizações internacionais e não governamentais, fundações e o setor privado em um parceria ampla. Já o Banco Mundial auxiliaria o esforço com seus já existentes programas de apoio à preservação dos oceanos e na obtenção de financiamento, ajudando a desenvolver um mecanismo para dar um valor aos benefícios fornecidos pelos mares. A princípio, a instituição comprometeria pelo menos US$ 300 milhões na formação da aliança.
- Mas trabalhando com os governos, a comunidade científica, a sociedade civil e a iniciativa privada, pretendemos levantar até US$ 1,2 bilhão para apoiar o uso sustentável dos oceanos – acrescentou.
Milhões de pessoas dependem dos oceanos para trabalhar e se alimentar e essa dependência vai crescer a medida que o mundo caminha para uma população de 9 bilhões de pessoas, o que destaca a necessidade de seu melhor gerenciamento. De acordo com Zoellick, um dos principais focos para isso é compreender o valor total das riquezas e dos serviços ambientais prestados por eles. Os oceanos são a principal fonte de oxigênio do planeta, ajudam a regular o clima e as suas formações costeiras protegem áreas povoadas de tempestades e outros desastres naturais, benefícios geralmente tidos como certos.
- Qualquer que seja o recurso, é impossível montar um plano para gerenciá-lo e desenvolvê-lo sem saber o seu valor – destacou o presidente do Banco Mundial.
Outro objetivo da aliança é ajudar a reconstruir os estoques pesqueiros do planeta, já que cerca de 85% das áreas de pesca dos oceanos estão classificadas como totalmente exploradas, superexploradas ou até mesmo esgotadas.
- É preciso aumentar os ganhos líquidos da pesca para entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões anuais. Atualmente, estimamos que a indústria pesqueira opera com um prejuízo econômico de US$ 5 bilhões por ano – indicou Zoellick.
Fonte: O Globo
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