Situação de Antonina depois das chuvas que atingiram a cidade em março de 2011 |
Pouco mais de um ano depois da maior tragédia ocorrida no Litoral do Paraná, o governo do estado apresentou o mapeamento Geológico-Geotécnico da Serra do Mar e o Plano de Mitigação de Desastres para o Litoral paranaense. A apresentação do projeto foi realizada na tarde de ontem pela Secretaria de Estado da Infraestrutura e Logística e pela Defesa Civil em um encontro com lideranças do Litoral.
De acordo com o geólogo Oscar Salazar Júnior, da Minerais do Paraná (Mineropar), o Litoral tem aproximadamente 6 mil quilômetros de extensão distribuídos em sete municípios. Foi feito o mapeamento de cerca de 1,8 mil km, o que corresponde em média a um terço da área de desastre de março de 2011. A escala de trabalho usada no mapa foi de uma para 50 mil.
O objetivo do levantamento foi identificar locais de risco e evitar a ocorrência de novas tragédias. Os principais riscos encontrados foram a possibilidade de deslizamentos, nos locais próximos a morros, e de enchentes nos pontos mais planos perto de rios. O mapeamento também será uma ferramenta para a Defesa Civil no desenvolvimento de estratégias de prevenção e ações emergenciais.
Balanço
No evento foi feito ainda um balanço das ações realizadas pelo poder público nas áreas afetadas. De acordo com informações da Secretaria, em Paranaguá foram contratados os projetos de engenharia das obras para recuperação de cinco pontes que passam sobre os rios Miranda, Santa Cruz, Cachoeira, Brejatuba e Veríssimo, um investimento de R$ 2,5 milhões.
Para o vice-prefeito de Paranaguá, Fabiano Elias (PSDB), as obras precisam ser aceleradas. “Não foram feitas ainda nem as obras estruturais mais importantes como pontes, contenção de encostas, dragagens de rios e a remoção de entulhos”, diz. No bairro Floresta, que faz limite entre Morretes e Paranaguá, a antiga escola rural está totalmente abandonada, cheia de entulhos de árvores e, quando chove, forma focos de dengue.
Em Antonina, a Cohapar está construindo 53 casas populares no bairro Batel para atender à necessidade das pessoas que estão desabrigadas em função dos deslizamentos de terra na cidade.
De acordo com o presidente da Associação dos Moradores do Rio Sagrado (Amorisa) de Morretes, Vanderlei Cordeiro Dias, a maior dificuldade para a população é com o abastecimento de água. “Depois das enchentes do ano passado, a área de onde a água é coletada ficou assoreada e diminuiu bastante o volume de vazão”, afirma.
OSWALDO EUSTAQUIO para Gazeta do Povo
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