segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Florestas são campeãs de produtividade

O setor florestal vem gerando projetos de expansão fabril e mobilização de municípios para aumentar a industrialização da madeira Ponta Grossa e Tibagi








O setor florestal é um dos principais empregadores das regiões dos Campos Gerais, Centro e Norte Pioneiro, entre fabricantes de papel, celulose e painéis de madeira do estado. Considerada o “coração” do setor florestal, a região abriga 85% das florestas plantadas do estado – 720 mil hectares – e emprega cerca de 40 mil pessoas, segundo levantamento feito pela consultoria Consufor a pedido da Gazeta do Povo.
A alta produtividade das florestas vem garantindo projetos de expansão do parque fabril de empresas e mobilizando municípios para aumentar a industrialização da madeira.
A região está entre as mais produtivas do mundo nessa área. Uma floresta chega a render 40 metros cúbicos por hectare por ano para eucalipto e 30 metros cúbicos por hectare por ano para pinus, até sete vezes mais que Canadá e países da Escandinávia, tradicionais produtores, lembra Ederson de Almeida, diretor da Consufor.
O resultado tem garantido in vestimentos de grandes empresas do setor, como a Klabin, fabricante de papel para embalagens; Masisa e Arauco (painéis de madeira); e das indústrias de pa pel Stora Enso e Norske Skog. “Pelo menos 67% dos empregos diretos do setor florestal no estado e 69% do consumo de madeira estão nessa região”, diz Almeida.
Mobilização
A cadeia florestal tem efeito multiplicador nos pequenos municípios, que têm buscado se unir para garantir investimentos. No ano passado foi criada, por 14 cidades da região dos Campos Gerais, Cen tro e Norte Pioneiro, a Agência de De senvolvimento Regional da Ca deia Produtiva da Madeira do Mé dio Tibagi. A área florestal da re gião é estimada entre 150 mil e 200 mil hectares. A intenção é promover a instalação de empresas que produzem portas, móveis e forros, dentre outros.
“O objetivo é fomentar o plantio e a industrialização da madeira na própria região. Não queremos ser apenas um exportador de tora”, afirma o prefeito de Tibagi, Sin val Silva (PMDB), presidente da agên cia. Dentro do setor agropecuário, a madeira é a segunda fonte de renda para a cidade, de 19 mil ha bitantes.
Os municípios que integram a agência também negociam com o governo do estado e a Klabin um acordo inédito para a partilha de ICMS da nova fábrica de celulose que a companhia pretende construir na região e que envolve recursos da ordem de R$ 5,8 bilhões, in cluindo ativos florestais. O objetivo é que 50% do ICMS gerado pela industrialização da madeira fique no município que sediará a fábrica. A outra metade seria dividida en tre as cidades que fornecem madeira.
A Klabin não fala do projeto, mas tem realizado reuniões com os municípios e deve definir o local nos próximos meses – Tibagi e Ortigueira são fortes candidatas.
Recentemente a empresa comprou, junto com a Arauco, 107 mil hectares – 63 mil hectares de florestas plantadas –, por US$ 473,5 mi lhões, para fazer fren te aos planos de expansão.
Almeida, da Consufor, afirma que o setor vem se profissionalizando, depois do fechamento de muitas empresas, principalmente de madeira sólida, durante a crise de 2008. “A indústria amadora, com baixa profissionalização e pouco capitalizada, está em extinção no estado.”



Fonte: Gazeta do Povo

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