Em 2005, o furacão Katrina destruiu Nova Orleans e mostrou a vulnerabilidade dos Estados Unidos (Foto: AFP/arquivo) |
Desde 1992, desastres naturais afetaram 4,4 bilhões de pessoas.
O balanço dos danos causados pelos desastres naturais nos últimos 20 anos é impressionante. Somando terremotos, enchentes e outros fenômenos, cerca de 4,4 bilhões de pessoas afetadas ao longo desse período. Os prejuízos chegam à casa de US$ 2 trilhões, e 1,3 milhão de pessoas morreram em decorrência dos eventos.
Os números foram apresentados durante um debate sobre a prevenção de desastres, realizado no Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, realizado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Terremoto de 2010 fez do Haiti o país com mais mortos em desastres nos últimos 20 anos; mais de 230 mil pessoas morreram no país nesse período (Foto: AFP/arquivo) |
No entanto, há fenômenos como os terremotos, que não podem ser evitados, e cuja previsão é mais difícil. Ainda assim, os cientistas lutam para inserir a questão na agenda do desenvolvimento sustentável.
“Não são os desastres em si que provocam mortes, é a falta de preparação para eles”, afirmou Gretchen Kalonji, diretora-geral assistente do Setor Científico da Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas (Unesco, na sigla em inglês).
Desde a Rio 92, o tema ganhou força nas discussões sobre o meio ambiente. A prevenção de desastres não era sequer citada na Agenda 21, documento sobre desenvolvimento sustentável elaborado naquela conferência. O “Rascunho Zero”, texto que norteia os debates da Rio+20, já traz várias considerações sobre o assunto.
Na visão dos cientistas, a questão dos desastres tem grande apelo junto à sociedade, o que pode servir como um incentivo para que os governos tomem medidas concretas. “O desastre é social, mas o risco é político”, apontou Kuniyoshi Takeuchi, diretor do Centro Internacional de Riscos Hídricos e Gerência de Riscos.
“A função dos governos é proteger suas populações. Se há investimentos militares, deveria haver investimentos contra os desastres também”, comparou Gordon McBean, da Universidade de Western Ontario.
“Não é falta de vontade, realmente não é. É preciso encontrar os líderes na comunidade que vão abraçar a causa e promover a mudança. Isso é visto em muitos outros campos, como, por exemplo, o fumo. A única razão pela qual o fumo é proibido em muitos lugares é por que as pessoas decidiram que não queriam ser expostas ao fumo”, concordou Jane Rovins, diretora executiva do Programa de Pesquisa Integrada sobre Risco de Desastres.
Na visão da especialista, a ciência já evoluiu bastante na previsão de desastres como furacões e tornados, o que pode salvar muitas vidas. No caso dos terremotos, embora a previsão não seja precisa, as áreas de risco são bem conhecidas.
Uma dessas áreas é o Japão, citado por Rovins como um exemplo a se seguido. “Quando se olha para o terremoto japonês, recentemente. Houve grande dano devido à questão nuclear e ao tsunami, mas quando se observa só o impacto do terremoto, houve muito pouco estrago, porque o Japão foi muito proativo, tomou muitas iniciativas, teve vontade política, social e local para adotar medidas de redução de risco contra terremotos”, avaliou.
Fonte: G1
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