terça-feira, 15 de maio de 2012

Países começam nova rodada de negociações climáticas na Alemanha


Chefe da ONU para o clima pede discurso mais concreto sobre o tema.
É o primeiro encontro desde a COP 17, realizada na África do Sul.


Christiana Figueres, à esquerda, e o secretário geral da ONU,
 Ban Ki-moon, durante a COP 17, na África do Sul,
em 2011. (Foto: Unati Ngamntwini/AFP)

Uma nova rodada de debates climáticos começou nesta segunda-feira (14) em Bonn, na Alemanha, com países ricos e pobres discutindo uma possível redução de gases estufa para frear o aquecimento global.
É o primeiro encontro oficial de negociadores desde que última Conferência das Partes (a COP 17), realizada entre novembro e dezembro do ano passado em Durban, na África do Sul.
Enquanto a chefe para assuntos climáticos das Nações Unidas, Christiana Figueres, chamou a atenção para que todos os países transformem o discurso político em ações mais concretas para salvar o planeta, observadores e países em desenvolvimento insistiram em que os países ricos deveriam se comprometer a atingir metas mais rigorosas para a redução de gases.
Figueres mencionou uma nova pesquisa que prevê que a temperatura da Terra deve subir cinco graus Celsius dos níveis pré-industriais até as taxas atuais, em vez dos dois graus almejados.
"Ainda temos uma enorme lacuna entre intenção e esforço", declarou ela aos jornalistas, enquanto especialistas e diplomatas de 170 países se encontravam para começar a lançar as bases para um novo pacto sobre aquecimento global, a ser finalizado em 2015.

Acordo histórico 
Em dezembro passado, ao final da COP 17, países decidiram que devem deixar as taxas dos principais emissores abaixo de um teto determinado até 2020. Ainda nesta segunda-feira, foi iniciada a elaboração de emendas para o Protocolo de Kyoto sobre o aquecimento global que devem ser adotadas na próxima conferência climática em Doha em novembro ou dezembro.
"Todos os países têm a responsabilidade de cumprir com a sua parcela correspondente, especialmente aqueles que apresentam um histórico de maiores níveis de emissão", afirmou a Aliança dos Pequenos Estados Insulares.
Um grupo de países menos desenvolvidos acusou os desenvolvidos de "tentar renegociar as taxas e decisões combinadas" em vez de cumprir com as promessas financeiras feitas para diminuir o aquecimento global no mundo desenvolvido.
O Greenpeace alertou a União Europeia para reforçar seu compromisso para reduzir seus gases estufa em 20%. Contudo, o representante da UE, Christian Pilgaard Zinglersen, informou em uma coletiva de imprensa: "Não acho que a União Europeia vá mudar seus padrões" de emissões combinadas em Bonn.
Figueres considera que o processo político é "incrivelmente desafiador". "Precisamos acalmar nossa animação com realismo", disse ela em uma conferência transmitida online, acrescentando que uma solução deve ser "tecnicamente possível e economicamente viável"

Fonte: Globo Natureza

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