terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Observatório de Conservação vai analisar projetos e obras no Litoral


Grupo de pesquisadores e ambientalistas pretende sugerir alternativas para ações que possam colocar em risco a Mata Atlântica

O desejo de pesquisadores e ambientalistas já estava sendo alimentado há um ano, mas o anúncio de que uma ferrovia pode ser construída em uma área de preservação natural forçou a antecipação do lançamento do Observatório de Conservação Costeira do Paraná. Trata-se de um grupo formado por 35 profissionais que pretendem analisar, voluntariamente, projetos de políticas públicas e infraestrutura previstos para o Litoral do estado.

O Observatório não chega a ser uma organização não governamental (ONG). Está mais para um grupo de pessoas, sem sede própria ou constituição jurídica, que se dedica a uma causa. “Estávamos trabalhando separadamente. Então decidimos nos unir. Temos muito material de pesquisa que pode ser aproveitado”, justifica o presidente da Associação Mar Brasil e pesquisador do Instituto Federal do Paraná, Ariel Scheffer da Silva.



A intenção é oferecer pareceres em discussões sobre formas de garantir que o litoral continue a figurar como o maior remanescente de Mata Atlântica do Paraná. “Não vamos simplesmente dizer que não concordamos. Vamos sugerir alternativas, de uma forma crítica, mas colaborativa.”

O projeto que intriga o grupo no momento é a intenção do governo federal, anunciada em novembro, de fazer com que uma linha férrea corte a Serra do Mar. Pressionado, o presidente da Empresa Brasileira de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, afirmou que somente um estudo de viabilidade indicará com precisão o traçado da estrada. “Se a ferrovia for mesmo sair, queremos participar da avaliação do trajeto, sugerindo soluções de menor impacto”, afirma.

Outra batalha inicial do Observatório deve ser acompanhar o Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE) do Litoral – que vai definir as atividades mais indicadas para cada lugar. O trabalho está em andamento, e é feito por profissionais contratados que não vivenciam os problemas do local, afirmam integrantes do Observatório. “Esse documento tem algumas falhas. Os pesquisadores daqui não foram consultados. Tentamos agendar reuniões, mas não fomos recebidos”, conta Ariel.

O pesquisador enfatiza que algumas ações realizadas no Litoral impactam mais de 10 mil pessoas. “A região está sofrendo uma pressão enorme em função de projetos do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], da ampliação do porto, além de debates sobre o Pré-sal e a estrutura viária”, comenta. Os pesquisadores pretendem se apresentar a diversas instâncias de governo e controle, como o Ministério Público, ofertando a experiência acumulada.

Fonte: Gazeta do Povo

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