Vinte e um municípios mineiros estão em estado de emergência; Rio de Janeiro e São Paulo começam a interditar casas e a remover moradores
Belo Horizonte- Mais de 20 cidades mineiras estão em situação crítica com risco de deslizamentos |
A chuva que castiga Minas Gerais desde novembro causou ontem a primeira morte em Belo Horizonte. O servente de pedreiro Raimundo Gabriel da Silva, de 53 anos, foi soterrado por um deslizamento de terra enquanto trabalhava em uma obra no bairro Barro Preto, na região centro-sul da cidade, com outros dois colegas, que escaparam com vida. Além da capital, temporais também castigam outras regiões do estado, que já tem 21 municípios em situação de emergência por causa da chuva.
Silva, cujo corpo foi retirado dos escombros por homens do Corpo de Bombeiros, foi a terceira vítima registrada em Minas desde o início do período chuvoso, em outubro. As outras mortes ocorreram em Reduto, na Zona da Mata, e em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. No domingo, Wanderlei dos Reis, de 38, morreu enquanto nadava no Rio Preto, no Vale do Aço, mas a Defesa Civil não considera que ele seja vítima por ter assumido o risco.
Ontem, a chuva também levou moradores do bairro Nossa Senhora de Fátima, em Belo Horizonte, a organizarem um protesto para cobrar solução para as enchentes na região, mas a manifestação terminou em conflito com a polícia. O confronto começou depois que parte dos manifestantes tentou fechar a rua onde ocorria o protesto. Em todo o estado, 22.826 pessoas foram afetadas pelos temporais, que destruíram 39 casas e 12 pontes e danificaram 1.512 residências e dez pontes.
Nova Friburgo está em estado de atenção
A Defesa Civil do município de Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro, mantém interditada uma casa de três andares, erguida em área de encosta e que ameaça desabar depois da forte chuva do último fim de semana. O local onde a casa foi construída é considerado de alto risco e, por isso, a rua de acesso ao imóvel também está fechada. As quatro famílias que moram na casa interditada foram levadas para a Escola Municipal Claudir Antônio de Lima. No centro, funcionários da prefeitura aproveitaram o dia se sol para retirar a lama de bueiros e da Praça do Suspiro, a principal da cidade.
O coordenador da Defesa Civil de Nova Friburgo, coronel João Paulo Mori, disse que a cidade está em estado de atenção e que o clima é de preocupação, pois o município ainda está “vulnerável” por causa dos estragos causados pela enxurrada que atingiu a região serrana do Rio no início do ano, deixando pelo menos 900 mortos.
Diante da situação, o governador de Minas, Antonio Anastasia, que chegou a minimizar os efeitos da chuva na semana passada, disse que atualmente a “prioridade absoluta é evitar perdas humanas”. “Por isso o treinamento permanente das comissões municipais de Defesa Civil, articulação com a comissão estadual, para fazer os alertas quando houver o perigo de perda de vida humana”, afirmou.
Prefeitura de SP terá de remover 61 famílias
A Justiça concedeu liminar em ação civil pública movida pelo Ministério Público e determinou que a prefeitura de São Paulo remova as 61 famílias que ocupam irregularmente área de preservação permanente às margens do Córrego Rapadura, no local conhecido como Favela Palma de Santa Rita, na Vila Carrão, zona leste da cidade.
As famílias estão em áreas de risco alto ou muito alto e devem ser retiradas no prazo de 60 dias, sob pena de multa diária de R$ 5.450. A informação foi divulgada ontem pelo MP-SP. A liminar, deferida na última quinta-feira, 15, pela 8.ª Vara da Fazenda Pública, também obriga a prefeitura a alojar as famílias removidas em local adequado até a realização das obras necessárias para a eliminação dos riscos existentes ou, “se os estudos assim recomendarem, a inserção de tais famílias em programas habitacionais”. Enquanto isso, a prefeitura deverá realizar quinzenalmente serviços de limpeza na área para minimizar os riscos de enchente.
Fonte: Agência Estado
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