Conselho europeu aprova orçamento para os próximos sete anos com apoio significativo às ações climáticas, porém sofrendo duras críticas no que se refere a questões ambientais
Na sexta-feira, o Conselho da União Europeia aprovou o seu orçamento para o período 2014 -2020 e a surpresa é que 20% dos € 960 bilhões será dedicado à ação climática diretamente ou através de políticas específicas. A palavra final ainda precisa ser dada pelo Parlamento Europeu, que votará o acordo fechado nas próximas semanas.
“Hoje é um dia incrivelmente importante para a Europa e para o combate às mudanças climáticas. Os chefes de estado e governos europeus aprovaram a sugestão da Comissão para dedicar no mínimo 20% de todo o orçamento da União Europeia para gastos relacionados ao clima”, comemorou a comissária para ação climática Connie Hedegaard.
O orçamento, além de ser uma fonte de financiamento, ajuda no direcionamento da tomada de decisão e coordenação política, sendo uma ferramenta crucial para que a UE consiga cumprir as ações planejadas como prioritárias na luta climática.
Os investimentos serão relacionados a tecnologias de melhoria da eficiência energética, fontes renováveis e a infraestrutura relacionada, e adaptação às mudanças climáticas.
“Agora a ação climática será integrada em todas as principais áreas de gasto – coesão, inovação, infraestrutura, agricultura, etc”, explicou. “Se todas as outras grandes economias assumissem compromissos similares, teria um impacto muito significativo”.
Porém, representando meros 1% do PIB, críticos dizem que o orçamento mostra a crise em que se encontra o bloco e alegam ainda que cortes no fundo ambiental LIFE, nas políticas de auxilio a agricultura e na ajuda internacional ao desenvolvimento tornam o planejamento menos ‘amigável climaticamente’ do que deveria ser.
“O resultado é um duro golpe na esperança de tornar a Política Agrícola Comum mais verde e nos investimentos para o futuro sustentável da Europa”, declarou a Birdlife Europe.
A parte do orçamento sobre o fundo Life “está sendo reduzida apesar da sua alocação já ser marginal”, lamentou Ariel Brunner, chefe de políticas europeias da Birdlife. O acordo do conselho europeu corta os repasses para o Life de € 3,6 bilhões (proposta da Comissão Europeia) para € 3,4 bilhões.
“Interesses disfarçados agora lucram com o orçamento da União Europeia, enquanto as necessidades vitais dos cidadãos são ignoradas”, comentou Brunner.
O Instituto para Políticas Ambientais Europeias declarou que as notícias são mistas: as ações climáticas devem receber até € 27 bilhões ao ano, porém o Life pode perder até um quarto dos seus recursos.
“Há um ponto de interrogação sobre a escala do futuro do programa Life”, declarou a entidade.
Fonte: Instituto Carbono Brasil
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