Um sistema que promete antecipar em até três dias, com precisão, a ocorrência de fenômenos naturais extremos no Paraná será apresentado hoje. O investimento é substancial em prevenção, na ordem de R$ 53 milhões – superior aos R$ 44 milhões gastos com a recuperação do litoral paranaense após enchentes e desmoronamentos em março de 2011. A primeira etapa do programa “Fortalecimento da gestão de riscos e desastres” integra o pacote de ações anunciadas pelo governo estadual durante a comemoração do dia mundial do meio ambiente.Ao fim do programa de investimento, que foi planejado para ser executado em quatro anos, todas a cidades paranaenses devem ter estações de monitoramento. Além de detectar fenômenos extremos, o investimento deve melhorar a qualidade da previsão do tempo no estado. “Hoje temos 100 pontos de medição e ao final teremos cerca de 400”, comenta o superintendente do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), Eduardo Alvin. Ele destaca que a ampliação na capacidade de monitoramento é muito importante em tempos de mudanças climáticas. “Seremos capazes de estabelecer a identidade climática de cada município”, conta.
Entre os equipamentos já comprados estão um computador de alto desempenho, capaz de fazer com mais precisão os cálculos matemáticos necessários para a previsão do tempo, e um radar meteorológico, que será inaugurado em setembro, em Cascavel. Atualmente, o Paraná tem apenas um radar meteorológico, instalado em Teixeira Soares, nos Campos Gerais. Somente uma parte do estado é monitorada pelo radar – nas demais, a combinação de informações de satélite e de estações meteorológicas é que abastecem o Simepar. Dois radares menores serão instalados – um na Região Metropolitana de Curitiba e outro no Litoral.
Alerta antecipado
Alvin acredita que o sistema paranaense será o mais completo do país. “Não tem paralelo no Brasil e estaremos compatíveis com o sistema europeu e norte-americano”, diz. Identificado um risco, será discutido o tipo de alerta mais adequado para cada situação. Ao total, além de uma sala de prevenção no Simepar e outra de gerenciamento de desastres na Defesa Civil, outras 15 unidades regionais de resposta devem ser criadas.
O secretário estadual do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, destaca que a origem da maioria dos desastres está no uso não sustentável dos recursos naturais. “Uma chuva torrencial pode não ter nenhuma consequência se não tiverem moradores em áreas de risco ou for uma área de desmate”, comenta. O dinheiro é do Banco Mundial, com contrapartida do governo estadual. As cidades com histórico de enchente terão sistemas de monitoramento da cheia dos rios.
Situação
Estações hidrológicas
• Hoje: 40
• Em um ano: 140
Estações meteorológicas
• Hoje: 30
• Em um ano: 45
Agenda verde
Hoje, durante a solenidade do Dia Mundial do Meio Ambiente, será anunciada a “Agenda Verde para o Paraná”, com 30 ações integradas a serem desenvolvidas durante o ano, como o programa de modernização do sistema de licenciamento ambiental.
Fonte: Katia Brembatti/Gazeta do Povo
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