quinta-feira, 12 de julho de 2012

No dia do engenheiro florestal, especialista destaca importância de inventário sobre florestas no Brasil


As mudanças no Código Florestal Brasileiro mostram a importância crescente das discussões sobre preservação e manejo florestal no Brasil. A afirmação é do pesquisador, doutor em Ciências Florestais, engenheiro florestal e professor adjunto do departamento de Economia Rural da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Paulo de Tarso Lara Pires.

Nesta quinta-feira (12) em que se comemora o Dia do Engenheiro Florestal, ele chama atenção para a necessidade de um inventário florestal brasileiro. “É um documento fundamental para embasar as discussões e alterações propostas no novo Código Florestal”, destaca Paulo, que atualmente está desenvolvendo Pós Doutorado em Direito Ambiental e Desastres Naturais na Universidade de Berkeley – Califórnia.

Ele lembra que, segundo dados do Serviço Florestal, 47% do território brasileiro - aproximadamente 4,8 milhões de quilômetros quadrados - são cobertos por florestas. “Uma área florestal continental, com invejável patrimônio natural e um potencial econômico gigantesco”, destaca Paulo de Tarso. “Apesar disso, o Brasil realizou a primeira e única edição do seu inventário florestal nacional na década de 1980, ou seja, é o mesmo que administrar uma empresa sem uma contabilidade atualizada”, completa o professor. De lá para cá estados e países - entre eles Canadá, Alemanha e Estados Unidos - vêm desenvolvendo seus inventários florestais com maior frequência.

Este documento é utilizado como base para liberação de novas áreas de plantios agrícolas ou florestais, expansão urbana, implantação de empreendimentos industriais – considerando histórico e potencial econômico da área e os riscos associados à mudança de uso do solo, como desastres naturais e alterações microclimáticas. “Ou seja, os dados do inventário florestal são fundamentais para construção e renovação das políticas florestais nacionais e também para subsidiar o trabalho dos atuais e novos engenheiros florestais que estão no mercado”, enfatiza Paulo de Tarso.

Ele lembra que tem se discutido muito sobre a obrigatoriedade da manutenção das florestas nas propriedades privadas e as penas impostas àqueles que suprimirem áreas verdes.
“Porém, como dar correto tratamento as florestas brasileiras sem um correto diagnóstico? Como construir uma política florestal ou reformar as normas existentes sem um profundo conhecimento da realidade?”, questiona Paulo.

Para o professor, todos estes desafios demonstram o promissor mercado da engenharia florestal no país. “Todas estas necessidades irão aumentar as oportunidades para o engenheiro florestal, que pode dar assistência e desenvolver projetos para adaptar as propriedades rurais à nova legislação”, destaca Paulo.

Ele menciona a frequência com que empresas privadas necessitam dessa mão de obra especializada. “Além disso, para aqueles que atuam nas áreas de ecologia aplicada e de manejo florestal vem sendo solicitado nos últimos anos por empresas de reflorestamento e por produtores rurais que fazem o plantio de florestas para fins comerciais”, menciona.

Outros nichos que vêm se expandindo são o comércio de produtos florestais, a gestão de viveiros florestais e a coleta, o estoque e a transformação do lixo urbano e industrial. Prefeituras de todo o país buscam engenheiros florestais para cuidar da arborização urbana.

“São diferentes processos e oportunidades que tem como objetivo final da profissão conservar ou proteger florestas naturais ou plantadas, com desenvolvimento social, ambiental, econômico e social”, finaliza Paulo.

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