segunda-feira, 4 de junho de 2012

Mercado voluntário de carbono alcança US$ 576 milhões


Ferramenta que facilita o investimento em ações de redução de emissões de gases do efeito estufa registrou em 2011 o maior valor de transações nos últimos três anos


 Apesar da crise econômica que assola a Europa e que está freando até o crescimento dos países emergentes, os resultados do mercado voluntário de carbono em 2011 surpreenderam e demonstram o maior interesse corporativo por iniciativas climáticas.

De acordo com o relatório State of the Voluntary Carbon Markets 2012, as transações de créditos de carbono no mercado voluntário em 2011 somaram US$ 576 milhões, ficando atrás somente do número alcançado em 2008, US$ 776 milhões.

Os compradores corporativos dominaram o mercado, contribuindo com US$ 368 milhões, cerca de 65%. A maioria das transações foi originada na Europa, porém o relatório reconhece o crescimento do interesse de empresas norte-americanas pelos créditos voluntários.

Imagens: Divisão no mercado voluntário por tipo
 de projeto e por países compradores / Ecosystem Marketplace 
“A demanda tem se mantido forte mesmo com as condições econômicas desafiadoras. Os compradores corporativos estão realmente interessados em créditos de carbono e em ações de neutralização”, afirma Jamal Gore, diretor da Carbon Clear, empresa que patrocinou o relatório.

Os projetos de energia renovável foram os mais populares no ano passado, gerando 45% de todos os créditos comercializados. O setor eólico aparece como o grande dominante, respondendo por 30% do total do mercado.

O relatório também registra o aumento da participação de projetos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), alcançando 9%. Créditos com a combinação de padrões VCS e CCB são os mais populares, transacionando 2,8 MtCO2e em 2011.

“O State of the Voluntary Carbon Markets destaca o contínuo aumento da maturidade do mercado voluntário, o que, diante da atual crise no mercado compulsório, fica ainda mais louvável. A amplitude e a qualidade dos créditos disponíveis estão melhores do que nunca, em parte graças à evolução dos padrões e das inovações nas metodologias”, declarou Gore.

Brasil

Entre as nações latino-americanas, o Brasil segue sendo dominante, com o maior volume de geração de créditos, 5,7 MtCO2e. Os projetos estariam sendo estimulados pelo aumento do número de compradores no próprio mercado interno brasileiro.

Outra boa notícia para os desenvolvedores brasileiros é que os créditos com padrão VCS combinado com a certificação de Carbono Social aumentaram sua participação no mercado em 81%. Essa combinação é a mais utilizada por projetos de biomassa ou de substituição de combustíveis fósseis no Brasil.

Apesar de o relatório apontar que as políticas para o mercado voluntário têm sido aplicadas lentamente na América Latina, algumas iniciativas já chamam a atenção, como as do estado do Rio de Janeiro, que lançou a Bolsa Verde do Rio e prepara para a conferência Rio+20 o anúncio de um mercado de carbono propriamente dito.

Outra promessa que pode significar um grande salto nos números nacionais é a inclusão dos créditos florestais do Acre no mercado de carbono da Califórnia.

“O diálogo entre o governo californiano e os estados do Acre, no Brasil, e de Chiapas, no México, sobre criar um programa de REDD que funcione no mercado da Califórnia, tem acontecido. Porém, apesar desses sinais promissores, atualmente a diretoria do California Air Resources está apenas considerando essas opções e provavelmente não veremos o REDD na ferramenta antes do segundo período de compromissos (2015)”, afirmou Derik Broekhoff, vice-presidente de políticas do California Air Resources.

Fonte: Instituto Carbono Brasil

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