quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

ONU divulga 'boas maneiras' a empresas na adaptação ao clima


Iniciativa tenta evitar prejuízos financeiros e elevar prevenção a catástrofes.
Criação de sementes mais resistentes à chuva e à seca é exemplo no Brasil.

Para propagar iniciativas de empresas voltadas à adaptação da mudança climática, que já apresenta efeitos no planeta, um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) tenta mostrar como é possível produzir mesmo sob efeitos inevitáveis das alterações do clima.
Organizado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), a base de dados compartilha cem “cases” do setor privado realizados em diferentes países, inclusive no Brasil, que ajudam a evitar prejuízos financeiros durante catástrofes naturais e a prevenir consequências graves de desastres.
Ainda que seja um tema difundido globalmente, a mudança climática é considerada por muitos como distante e de responsabilidade apenas de governos. Porém, é somente quando “mexe no bolso” das companhias é que se inicia um movimento para evitar um novo prejuízo.
“Se falasse a um diretor de empresa da projeção de que a temperatura do planeta vai aumentar, isso não vai significar muita coisa. Agora, se mostrar a mesma projeção exemplificando uma redução de chuvas na região onde está sua empresa [afetando a produtividade], demonstro o impacto da mudança climática”, afirma o brasileiro Emerson Resende, coordenador do programa Iniciativa do setor privado em adaptação da UNFCCC.
Ele foi responsável por coletar informações das empresas e divulgá-las no relatório que contém ações implementadas por organizações empresariais, entre elas a Nestlé, Coca-Cola, Levi’s, Microsoft e Basf na adaptação dos riscos climáticos.
Adaptação
A Levi’s, fabricante de roupas dos Estados Unidos, criou uma forma de reduzir o consumo de água na produção de calças jeans, evitando assim o desperdício.
Outro exemplo vem da fabricante suíça Nestlé, cuja produção de grãos como o cacau e o café pode ser afetada devido à seca em determinados países. A empresa, investe em metodologias de plantio sustentáveis nessas regiões, que aumentam a fertilidade do solo e evitam o estresse hídrico e agrícola. “É uma forma de exemplificar a prevenção, uma maneira das empresas se adaptarem e adotarem estas medidas”, disse.
No Brasil
O relatório aborda também iniciativas de adaptação aos efeitos da mudança climática realizadas no Brasil pelas empresas Allianz Seguros, Basf, HSBC e Riverside.
A companhia química Basf, por exemplo, tem projetos citados como a criação de uma tecnologia de proteção costeira (que evita erosões e deslizamentos) e o desenvolvimento de plantas mais resistentes a chuvas e à estiagem.
“O país está muito avançado nesta área. Desenvolve iniciativas na parte ambiental há muitos anos – como o etanol. Mas a parte de adaptação precisa ser melhor desenvolvida rapidamente", disse Resende.
Em comunicado divulgado pela UNFCCC, a secretária-executiva do órgão, Christiana Figueres, afirma que o projeto tem a intenção de ajudar comunidades e empresas a se tornarem mais resistentes ao clima. “Riscos climáticos que afetam as comunidades ao redor do mundo são também um risco aos negócios”, disse.
A próxima etapa deste trabalho, de acordo com Resende, será propagar tais informações com a ajuda de centros regionais e associações de negócios. "Queremos aumentar a consciência da adaptação, mas também mostrar que aí existe oportunidade de negócios", afirma.

Fonte: G1 Natureza


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