Paulo de Tarso Lara Pires, engenheiro florestal, advogado, é mestre em Economia e Política Florestal pela UFPR e doutor em Ciências Florestais (UFPR). Pós-doutorado em Direito Ambiental e Desastres Naturais na Universidade de Berkeley – Califórnia.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Protocolo de Kyoto está rumo a renovação, aponta secretária da ONU

Discussão é ‘como’ acordo será prolongado, não ‘se’ será renovado, disse.
Conferência climática em Durban, na África do Sul, entra na 2ª semana.


A secretária-executiva da ONU para mudanças climáticas, Christiana Figueres, expôs nesta segunda-feira (5) uma visão otimista sobre a renovação do Protocolo de Kyoto, único acordo de cumprimento obrigatório pelo qual parte dos países desenvolvidos se comprometem a reduzir emissões de gases causadores do efeito estufa.
Ela disse que, segundo informações que recebeu da negociação desta parte da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que acontece até o final desta semana em Durban, na África do Sul, o que está em discussão é 'como' o protocolo será renovado, e não 'se' será renovado. “É isso que está sobre a mesa de negociação”, reforçou.
A União Europeia é a favor de um segundo período de Kyoto, mas condiciona a renovação ao estabelecimento de um plano de médio e longo prazo de redução de emissões que inclua as economias emergentes.
Países como China, Índia e Brasil, apesar de estarem entre os maiores emissores de carbono, devido ao porte de sua economia, não se comprometeram internacionalmente com a diminuição dos índices de carbono porque se considera que tenham menos responsabilidade histórica nas mudanças climáticas, uma vez que se industrializaram tardiamente.
É importante lembrar que Japão, Rússia e Canadá não devem participar de um segundo período do protocolo, o que faz com que seus integrantes totalizem menos de 20% do total de emissões no planeta. Esse é um dos motivos pelo qual Kyoto é apontado como tratado pouco efetivo.
A China, nesta segunda feira, voltou a dizer que está pronta para assumir um compromisso de cumprimento obrigatório (legalmente vinculante), se outros países também o fizerem.
“Todos os países devem assumir responsabilidades e obrigações de acordo com suas próprias capacidades. E a China pode tomar parte nisso”, disse o negociador chinês Xie Zhenhua.
A disposição chinesa gera expectativa em relação aos EUA, outro grande emissor de carbono que tem emperrado as negociações do clima. Todd Stern, chefe da delegação americana em Durban, disse que ainda não conversou com Xie e, portanto, prefere não comentar a iniciativa de Pequim.
É sabido que os EUA teriam dificuldade de aprovar em seu congresso, em sua atual composição, de um acordo de cumprimento obrigatório de emissões de gases-estufa.
Stern disse que os EUA não se opõe ao conceito de um acordo vinculante. “Para ter um acordo legalmente vinculante é que é fundamental que todos os grandes emissores estejam comprometidos”, disse Stern. Teria de ser um acordo a que os países, ricos ou não, aderissem “sem condições para receber tecnologia e financiamento, sem armadilhas”, acrescentou.


Fonte: G1

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Rio+20. Você sabe o que é?


No próximo ano, a cidade do Rio de Janeiro será sede da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecida também como Rio+20. 
Durante os dias 04 e 06 de junho, líderes dos 193 Estados que fazem parte da ONU, além de representantes de vários setores da organização, estarão reunidos para discutir os processos de desenvolvimento econômico, político e cultural dos países, aliados aos ideais de um planeta mais sustentável e cuidadoso com o meio ambiente.
O Rio+20 tem esse nome para comemorar os 20 anos da Eco92, também promovida pela ONU, na mesma cidade em 1992. 

Campanha Future We Want
A ONU lançou esta semana, no Rio de Janeiro, a campanha FWW – Future We Want, com o intuito de responder: “O que a população mundial espera do futuro?”.
Para participar, você pode ir até o portal FWW e postar seus desejos, sonhos e metas para um futuro melhor, em 2030. As melhores idéias serão transformadas em vídeo pela ONU e apresentadas para os líderes mundiais participantes da Rio+20 em 2012.



Confira os vídeos da campanha:


Future We Want from Arnold Imaging on Vimeo.


Avança chance para acordo na COP-17

Participantes pressionam Estados Unidos a aceitar iniciar o roteiro para um acordo global com metas obrigatórias para todas as nações


Países que participam da 17ª Conferência do Clima (COP-17), em Durban, pressionam os Estados Unidos a aceitar iniciar o roteiro para um acordo global com metas obrigatórias para todas as nações após 2020 e a União Europeia chegou a puxar a orelha dos americanos explicitamente ontem, dizendo que o país precisa se engajar no diálogo para reduzir as emissões de gases-estufa nos próximos dez anos.

Se os EUA derem o sinal positivo, os participantes da COP-17 acreditam que a maior emissora atual de CO2, a China, também entrará no barco. Os chineses esperam os americanos darem o primeiro passo, já que os EUA são um país desenvolvido e, de acordo com a Convenção do Clima, têm maior responsabilidade histórica na questão das mudanças climáticas que os países em desenvolvimento.

Se a estratégia der certo, será assegurada a continuidade do Protocolo de Kyoto, mas com menos países do que na primeira fase do compromisso, que vai de 2008 a 2012. O apelidado "Kyotinho" poderia ter o envolvimento da União Europeia, da Austrália e da Nova Zelândia, por exemplo, mas países como Japão, Rússia e Canadá ficariam de fora. Esses três países consideram injusto entrar num segundo período de compromisso do protocolo porque os dois maiores emissores do mundo (EUA e China) não participam do acordo.

Artur Runge-Metzger, representante da União Europeia que deu a "bronca" nos americanos, ressaltou ontem que o bloco europeu demonstrou que é possível crescer poluindo menos. "Tivemos um crescimento de 40% na economia desde 1990 e vamos conseguir cumprir e até ultrapassar nossa meta no Protocolo de Kyoto", afirmou.

Ele disse que, ao negociar um acordo para o pós-2020, não significa que as ações para cortar emissões poderão ser postergadas até lá. "A ciência é clara: precisamos agir agora. Quanto mais esperarmos, mais caro fica."

Um país que está com a imagem "arranhada" nas negociações é o Canadá. Com atitudes muito negativas, o país recebeu vários prêmios "Fóssil do Dia", concedido pelas ONGs, por não aceitar continuar em Kyoto. O chefe da delegação brasileira, o embaixador André Corrêa do Lago, lamentou ontem a posição dos canadenses e disse que "ninguém sai do Protocolo de Kyoto para fazer mais, só para fazer menos". "Não é um bom sinal", afirmou.  

No boletim Eco, feito por ONGs, há uma mensagem para o país lembrando que em 1986 o Canadá apoiou as pessoas da África do Sul a lutar contra o Apartheid impondo sanções. E que, em 2011, em vez de combater o aquecimento global, que impactará milhões de pessoas, o país prefere apoiar companhias multinacionais de petróleo. O país é criticado ainda por explorar petróleo das areias betuminosas, cuja extração é muito mais poluente.

O Brasil também foi alvo de críticas das ONGs no boletim Eco de ontem, por causa da proposta no Senado de alterar o Código Florestal. A publicação diz que, enquanto o mundo tenta achar maneiras de reduzir as emissões globais, o País está em vias de dar ignição a uma verdadeira "bomba de carbono". Segundo os ambientalistas, a proposta comprometerá a Política Nacional de Mudanças Climáticas do Brasil e a meta nacional de corte de emissões anunciada pelo País em 2009 em Copenhague, na COP-15.

O Brasil se comprometeu a reduzir entre 36% e 39% as emissões até 2020, comparando com o nível de emissões se nada fosse feito. "Uma das consequências previsíveis é que uma área quase do tamanho da França e da Grã-Bretanha juntas perderá a proteção legal", diz o boletim.

O embaixador André Corrêa do Lago, porém, afirmou que o Código não impactará negativamente os compromissos assumidos pelo País.

Fonte: Estadão

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